O Reino Unido está aberto para negócios
Artigo do embaixador britânico no Brasil, Alan Charlton, para a agência de notícias Inforel
Economias com melhores regulações para os negócios crescem mais rápido. À medida que a economia global se recupera, nunca foi tão importante para as empresas ter um ambiente de negócios propriamente regulado para estimular o crescimento. É por isso que melhorar o ambiente de negócios está no centro dos esforços do governo britânico.
O Reino Unido ainda tem um longo caminho para percorrer até se recuperar (o Office for Budget Responsibility, órgão independente do governo britânico, prevê um crescimento de 0.6% em 2013). Mas as medidas do governo para reduzir o déficit e reconstruir a economia têm garantido estabilidade e posicionado o Reino Unido como um relativo porto seguro, com baixíssimas taxas de juros. Apesar das condições difíceis, a economia está se recuperando e reequilibrando.
O Reino Unido oferece o melhor ambiente em “facilidade de se fazer negócios” na Europa (e o sétimo do mundo). Ontem, o Ministro das Finanças George Osborne publicou o Orçamento do país para 2013, no qual foram anunciadas medidas para estimular o crescimento por meio do estímulo ao sucesso dos negócios. Nós, agora, temos um dos sistemas de taxação mais competitivos do mundo: imposto de renda cobrado das empresas caiu de 28% para 24%, e será reduzida para 20% em 2015, a mais baixa do G20.
O Reino Unido atrai mais investimentos de projetos internacionais (17%) que qualquer outro país da Europa, é o 17º no Índice de Percepção de Corrupção (entre o Japão e os Estados Unidos) e subiu para a 8ª posição no Relatório de Competitividade do Fórum Econômico Mundial. Milhares de empresas internacionais escolheram o Reino Unido para seus investimentos. O país é sede de quatro das dez maiores empresas europeias. Também empresas brasileiras – grandes e pequenas – estão fincando raízes no Reino Unido. Uma delas é a Marfrig, agora uma das grandes empregadoras da Irlanda do Norte.
Ainda assim, a política de imigração do Reino Unido tem sido acusada pela imprensa britânica de sufocar os negócios, ao colocar um sinal de “Mantenha a distância”. O Brasil não precisa se preocupar com isso. O governo britânico acolhe com agrado a migração, que, por sua vez, ajuda a economia do país. Nós estamos “Aberto para negócios”. Em 2011, 88% dos requerimentos de visto de trabalhadores brasileiros capacitados foram processados em 5 dias (99% em 15 dias) e a grande maioria desses foi aprovada. Bom lembrar que continua sendo possível para turistas e empresários viajar para o Reino Unido sem visto se a estada deles por lá for de até 6 meses.
Fomentar as condições corretas para sustentar os negócios também é vital. É por isso que, como o Brasil, o governo britânico está também focando seus investimentos de capital em ciência, infraestrutura e educação. Nós temos o maior programa de investimentos em ferrovias desde a Era Vitoriana, com o custo de 9.4 bilhões de libras. O Reino Unido e o Brasil possuem excelentes exemplos de cooperação em todas essas áreas, sendo nossa parceria na iniciativa Ciência sem Fronteiras, da Presidente Dilma, um brilhante exemplo: o Reino Unido se comprometeu a receber mais 10 mil estudantes nos próximos 3 anos.
Voltando à regulação, a Embaixada britânica desenvolve, há três anos, um trabalho junto à Casa Civil com o objetivo de passar a experiência do Reino Unido na área, enquanto o Brasil desenvolve seu próprio modelo. Em 19 de março, eu tive a honra de falar em conferência sobre o assunto na Presidência da República, com a presença de delegações de toda a América Latina. Mais regulação é bom para o Brasil e para empresas britânicas trabalhando com o Brasil. Alan Charlton, Embaixador do Reino Unido no Brasil